O governo da Índia liberou as exportações comerciais de vacinas contra Covid-19, com as primeiras remessas sendo enviadas para o Brasil e Marrocos na sexta-feira, disse o chanceler indiano à agência Reuters.
As vacinas desenvolvidas pela farmacêutica britânica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford estão sendo fabricadas no Instituto Serum Institute, na Índia, o maior produtor mundial de vacinas, que recebeu pedidos de países de todo o mundo.
O governo indiano suspendeu a exportação de doses até iniciar seu próprio programa doméstico de imunização na semana passada. No início desta semana, ela enviou suprimentos gratuitos para países vizinhos, incluindo Butão, Maldivas, Bangladesh e Nepal.
O ministro das Relações Exteriores, Harsh Vardhan Shringla, disse que o fornecimento comercial da vacina começaria na sexta-feira, de acordo com o compromisso do primeiro-ministro Narendra Modi de que as capacidades de produção da Índia seriam usadas por toda a humanidade para combater a pandemia.
“Seguindo essa visão, respondemos positivamente aos pedidos de fornecimento de vacinas manufaturadas indianas de países de todo o mundo, começando pelos nossos vizinhos”, disse ele, referindo-se aos suprimentos gratuitos. “O fornecimento das quantidades comercialmente contratadas também começará a partir de amanhã, começando pelo Brasil e Marrocos, seguidos pela África do Sul e Arábia Saudita”, acrescentou.
O Brasil, que tem o segundo maior número de mortes de Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, tem instado a Índia a enviar a vacina AstraZeneca. A farmacêutica concordou com a destinação de 2 milhões de doses prontas, fabricadas pela Serum, que deixariam a o país asiático rumo ao Brasil na semana passada. Marrocos, África do Sul e Arábia Saudita também garantiram suprimentos da Serum, disseram as autoridades.
Por volta das 14h10, o ministro das Comunicações do governo Jair Bolsonaro, Fábio Faria, comemorou a notícia nas suas redes sociais, classificando-a como "urgente". A postagem traz ainda bandeiras do Brasil e da Índia e a hashtag #AcreditenoBrasil.
Até o momento, o Palácio do Planalto não se manifestou sobre a decisão do governo indiano, assim como os ministérios da Saúde e das Relações Exteriores.